Bem-vind@s à Gaia

Deusa da Terra, a Mãe Terra, como elemento primordial e latente de uma potencialidade geradora quase absurda. Segundo Hesíodo, ela é a segunda divindade primordial, nascendo após Caos.

Tal como Caos, Gaia parece possuir uma natureza forte, isso porque Gaia personifica a base onde se sustentam todas as coisas.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Salve o Mundo; Salve o Sinos

Como integrante dos 32 municípios que compõe a bacia hidrográfica do Rio dos Sinos no estado do Rio Grande do Sul, Parobé possui inúmeras ações desenvolvidas em prol do Rio dos Sinos.
            Entre estas muitas atividades destaca-se as realizadas pela COM-VIDA da comunidade de Santa Cristina, com sua base na Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre Afonso Kist, e participante ativa do Projeto Peixe Dourado, projeto desenvolvido por 12 municípios da bacia, e que possui a coordenação do Comitê de Bacia COMITESINOS.
            Frente às várias agressões sofridas pelo Rio, a COM-VIDA de Santa Cristina desenvolve há 5 anos ações de mobilização social e educação ambiental em toda a comunidade e região.Porém cabe aqui ressaltar as atividades desenvolvidas no mês de Outubro de 2006, conhecido no estado como “Outubro da Morte”, devido ao desastre ambiental ocorrido no rio dos Sinos, na primeira quinzena do mês, onde 85 toneladas de peixes morreram por falta de oxigênio, devido a alta poluição e contaminação das águas do rio.
            Com a chegada das primeiras informações sobre a mortandade e as especulações sobre suas causas, a COM-VIDA de Santa Cristina realizou um reunião extraordinária com uma pauta bem objetiva, definir as ações que poderiam ser executadas por eles para amenizar a tragédia e impedir que se repetisse.
            Entre as muitas sugestões, os jovens da COM-VIDA definiram cinco ações imediatas que denominaram como “Agenda de Outubro em prol do Rio dos Sinos”, as metas foram as seguintes:
·         Definição de um grupo de observação para visitar o local onde ocorreu o desastre, mapeando possíveis contribuições;
·         Visitar para conhecer os programas de tratamento de efluentes das empresas situadas na comunidade;
·         Confeccionar artesanalmente, com parceria das turmas de alunos da escola local, dois tipos de folders informativos, um com informações sobre a legislação de efluentes para as empresas, e outro sobre fossa e sumidouro, para a comunidade em geral;
·         Acionar a comunidade para o estado de racionamento geral de águas, tanto nas residências e lavouras, quanto nas empresas;
·         Reunir-se com as autoridades locais para discussão sobre a participação do município na solução do problema.
            Por se tratar de um grupo composto majoritariamente por jovens de 11 á 14 anos, a aplicabilidade desta agenda do Rio restringiu-se a localidade de Santa Cristina, porém sua repercussão foi em todo o Vale do Rio dos Sinos. 
            A comitiva que visitou o pesqueiro, local onde a FEPAM – Fundação Estadual de Proteção Ambiental, coordenou os trabalhos de retirada dos peixes mortos do rio, foi composta por 3 alunos da escola, uma professora e um pai que representou a comunidade. Este grupo conversou com técnicos e acompanhou os trabalhos neste dia, oferecendo auxilio em vários aspectos, se necessário.
            Na mesma tarde em que  a comitiva visitava o pesqueiro, iniciou-se na escola, a confecção dos folders, com a participação de todas as turmas e alunos. Na medida em que os folders foram sendo acabados, começo-se a sua distribuição na comunidade.
            As visitas realizadas nas empresas locais, também foram bastante produtivas, pois esclareceu muitas informações tanto para os jovens quanto para os empresários e seus contribuinte, que sem exceção aderiram a campanha de racionamento de água da comunidade.
            Em reunião com as autoridades locais, a COM-VIDA citou a importância das ações concretas para que se evitasse a repetição deste lamentável episodio, pois,em toda a região vários atos simbólicos foram realizados em homenagem ao Rio dos Sinos, porém em Santa Cristina buscou-se realizar ações efetivas.
            Dentre as muitas ações discutidas nesta reunião, priorizou-se auxiliar e apoiar a administração municipal na busca de recursos para que futuramente 100% do esgoto do município seja tratado, evitando assim que se continue contribuindo para com a contaminação do rio.
            As ações desenvolvidas por esta COM-VIDA foram de dimensão local, porém acredita-se que seu impacto será muito maior, devido ao objetivo que se têm, de não deixar este assunto ser esquecido, ou que outro impacto como o ocorrido se repita, pois se está buscando alternativas e assumindo responsabilidades individuais e coletivas em favor da qualidade de vida.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A juventude frente as lições da sociedade de consumo

Em vias de fato a juventude, nós, estamos na linha de frente desta guerra de consumo que se tornou a vida em sociedade. Afinal,  somos o alvo predileto da publicidade enganosa, que tem como principal objetivo, não descrever produtos e suas reais utilidades, mas sim, demonstrar erroneamente os benefícios emocionais que determinado produto proporcionará a quem o possuir.
Hoje uma das principais motivações repassadas para a juventude é a de que “ para ser, é necessário ter”. O retrato das conseqüências geradas por esta afirmação encontra-se nos cadastros de proteção ao crédito, onde já se observa uma maioria jovem que na ancia  de consumir, perde a noção do pagar, e acrescenta seu nome na lista negra do comércio.
As facilidades de crédito, acrescentam altos juros, econômicos e éticos no ato de consumir. Hoje tenho o tênis que meu ídolo apresenta na televisão, porem não durmo bem a noite, pensando nas muitas prestações a pagar e nas possibilidades de comprar mais um tênis, porém de outra cor.
A alucinação estética, seduz e propicia cópias idênticas de ídolos e artistas famosos, o lucro, o mercado e o modismo demonstram-se como os principais inimigos da diversidade. A padronização dita a forma de vestir, de comer, de pensar, de viver.
Estampa-se no peito, uma marca muito conhecida, numa língua muito falada, mas que, porém, não se sabe a tradução. Ela é o cartão de visitas, ela diz quem você é.
Trata-se de um amontoado de etiquetas que, no lugar de atos e ideais, definem hoje a personalidade das pessoas, “diga-me o quanto tu consomes e te digo quanto tu vales. Perdeu-se o direito de ser, agora só vale o ter, e ter cada vez mais, pois se pensa que assim completa-se as lacunas deixadas pela solidão e pela falta de amor”.
Observa-se ainda, nesta batalha pela posse, o aumento da criminalidade juvenil. São  delitos que não exprimem mais, somente a pobreza e a necessidade de sobrevivência, mas retrata também  a busca pela “ existência”, pelo êxito social a partir da aparência, do ter.
A necessidade transformou-se em algo descartável, uma vez que o que possuo que me faz “ser hoje”, pode sair de moda amanhã, trazendo consigo novas necessidades, e modificando as antigas.
Cabe então, a juventude, ou melhor a todas as juventudes, um estudo profundo das lições que a sociedade insiste em nos ensinar todos os dias, e que estão contemplados nesta reflexão, para que assim, cada vez mais pessoas compreendam que a sociedade de consumo é uma armadilha, e que com ideais éticos, participação e mobilização social se faz a diferença e se modifica realidade, comprovando a veridicidade do velho chavão “ Penso logo existo”. 

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Um espaço para pensar o Oikos e o Ethos

Em momentos críticos como os que vivemos, questões ambientais demonstram cada vez mais sua unicidade com todas as temáticas planetárias. Porém nossa sociedade parece não perceber este enlace, e vive como se fosse a última geração sobre a Terra.
            Precisamos de um novo encantamento frente ao nosso admirável universo e toda a complexidade das relações que sustentam todos e cada um dos seres.
            Este novo espaço de reflexão, visa à busca e a construção de novos caminhos sobre Meio Ambiente e Cidadania para a nossa região e nada mais adequado do que revisitarmos a sabedoria ancestral dos povos tornando-nos aprendizes e aprendentes.
            Neste contexto, trazemos duas idéias distintas e ao mesmo tempo interligadas, pois OIKOS trata da alma, da pessoa espiritual, da simplicidade e auteridade.
            ETHOS, em seu sentido originário grego significa a toca do animal ou a casa humana e seu conjunto de princípios que regem o comportamento humano consciente, livre e responsável.
            Sendo assim este será o nosso espaço de reconstrução de hábitos, reflexão de atos e de organização de ações. Aqui revisaremos valores, atitudes e comportamentos práticos, alimentando o  propósito singular  de salvaguardar  nosso planeta e garantir as condições de desenvolvimento e de co-evolução do ser humano em direção a formas cada vez mais coletivas, mais interiorizadas e espiritualizadas de efetivação da essência humana.


terça-feira, 2 de novembro de 2010

Água boa ou água ruim? Percepção e ação local

O município de Parobé no estado do Rio Grande do Sul, possui 18 Comissões de Meio Ambiente e Qualidade de Vida – COM-VIDA. São 18 escolas representadas e que representam as aspirações de toda a sua comunidade.
            Todas as COM-VIDAS, possuem um professor facilitador e um aluno coordenador, estes representantes participam mensalmente de encontros municipais para organizar e socializar suas experiências locais, na Sala verde – Espaço Socioambiental de Parobé, sob a coordenação do CEAP –Coletivo de Educadores Ambientais de Parobé.
            Com a proximidade da Semana Interamericana da água, as COM-VIDAS observaram a necessidade de conhecer melhor as águas de Parobé e suas condições. Para tal, foram levantadas várias situações e locais como: açudes, rios, arroios, estações de tratamento, residências, indústrias, banhados, e outros.
            Sendo assim, resolveu-se organizar uma saída a campo, sob enfoques perceptivos e democráticos onde se procurou identificar a visão de 10 alunos da zona urbana e 10 alunos da zona, rural sobre as diferentes formas que encontramos a água em nosso município. Foi escolhido pelo grupo CEAP e CJ-RS 8 locais para observação e coleta de água. No decorrer das observações nenhuma explicação oral seria realizada, os alunos se utilizariam apenas de sua percepção do local, e em cada ponto de coleta deveriam responder a seguinte pergunta: Para você, esta água é boa ou ruim? Porque?
            O primeiro local visitado foi a Sala Verde- Espaço Socioambiental de Parobé, nela foi esclarecido as principais duvidas sobre a metodologia e foi coletada água da torneira para observação e inicio dos trabalhos, este ponto foi identificado como ponto n° 1. a Sala Verde situa-se na parte central do município e é atendida pela rede de abastecimento publico.
            Saindo da Sala Verde, o ônibus colocado a disposição para esta atividade encaminhou-se para a estação de tratamento de água da CORSAN – Companhia Riograndense de Saneamento. Na estação, conheceu-se todo o processo de tratamento e de distribuição da água no município, coletaram-se amostras, se identificou como o ponto de n° 02 e se respondeu as duas perguntas da metodologia.
            O ponto denominado n° 03, foi realizado em uma pequena propriedade rural adquirida através do Banco da Terra. Neste local se observou a água de um açude utilizado para irrigação e para uma pequena produção em piscicultura, aplicando a metodologia adotada para a atividade.
            Na localidade do Morro Negro, também zona rural de Parobé, não há oferta de água tratada, então se realizou a atividade denominada n° 04 em um poço artesiano da propriedade de Hélio Gelinger. Na propriedade funciona um pequeno alambique com produção artesanal de cachaça, melado, licores e caldo de cana em pequena escala.
            O ponto n° 05 também ocorreu no Morro Negro, na residência de Metchia Gelinger que possui uma cisterna, onde coleta água da chuva e reaproveita para o banheiro da casa, limpezas em geral e irrigação de sua horta familiar. Neste local foi oferecido um almoço de confraternização entre os participantes e uma parada para reflexão dos primeiros resultados.
            Na parte da tarde, as atividades foram retomadas com uma visita próximo a foz do arroio Funil, que transpassa grande parte do município. Considerado como ponto de n° 06, o arroio apresentava-se com grande área de assoreamento, e quase total inexistência de mata ciliar. Ainda cabe destacar que foi possível verificar que muitas empresas próximas utilizavam –se das águas do arroio para seu consumo e para desprezo de seus afluentes. O mesmo se observava nas residências próximas as margens do mesmo.
            O ponto de n° 07 onde a metodologia foi aplicada tratou-se de um balneário do Rio dos Sinos, no distrito de Santa Cristina. Este balneário é considerado por vários órgãos ambientais como o ultimo que possibilita o banho sem prejuízos a saúde humana, porém se visualizou vários encanamentos despejando esgoto doméstico in natura no rio.
            Nas proximidades do balneário, se encontra uma pequena porção de banhado, este serviu de ponto n° 08  e ultimo, para a metodologia executada. Neste local se constatou a existência de variados espécimes de plantas, insetos e outros animais, além de muitas residências muito próximas ao banhado, e outras com organização de estrutura para invasão do mesmo.
            Após a saída descrita, um grupo de trabalho composto pelo CEAP, sistematizou as respostas dos participantes da atividade de forma qualitativa e a entregou as COM-VIDAS do município para observações e conclusões.
            Nesta sistematização observou-se grande diferenciação perceptiva entre os dois grupos participantes, o desconhecimento de algumas informações sobre os locais, que em sua maioria estavam explícitos, possibilitou aos alunos da zona urbana menções negativas quanto aos pontos 03, 05, 06 e 07. Já os mesmos motivos levaram com que os alunos de zona rural negassem aos pontos 01 e 02,  e os dois grupos desqualificaram o ponto 08.
            Com base nas análises  da sistematização realizada pelos grupos de COM-VIDAS, foi realizada uma tarde de conclusões, onde cada participante e integrante das COM-VIDAS pode esclarecer e apresentar suas opiniões sobre os resultados da atividade.
            Este momento foi muito importante, para o planejamento das ações da Semana Interamericana da Água no município, pois através dela se esclareceu e desmistificou aspectos importantes sobre as águas de Parobé, e unificou algumas percepções, trazendo á muitos novas perspectivas sobre o assunto.
            Entre as conclusões desta tarde de diálogos, as COM-VIDAS ressaltaram a importância cultural da água e a necessidade do cuidado como fonte de preservação, descobrimento e reconhecimento.
            Baseado no estudo descrito, o tema da Semana Interamericana da água em Parobé foi Conhecendo e Cuidando de nossas águas, e sua programação privilegiou a difusão de informações sobre banhados, sua importância e necessidades; organizou-se  mutirões de plantio de árvores nativas em pontos estratégicos das margens do Rio dos Sinos e em 3 de seus arroios contribuintes.
            Ainda sobre a programação, se realizou oficinas em diversas associações de moradores e escolas sobre cisternas, tratamento de água, e sobre fossa e sumidouro. Foi organizada também, a distribuição de várias análises químico-físico da água para residências em locais onde não há oferta de água tratada no município. Os resultados da saída a campo e as amostras de água coletadas nos pontos formaram uma exposição itinerante que passou o mês de Outubro visitando escolas e locais públicos em todas as comunidades.
             Sendo assim, considerou-se de grande contribuição o desenvolvimento desta metodologia de observação e percepção para afinar os objetivos frente as diferentes realidades da água no município, além de gerar novas ações e soluções locais para que as COM-VIDAS consigam inserir-se  cada vez mais nas comunidades.

Pelos Caminhos do Com-viver – Articulações e desdobramentos de COM-VIDAS


A I Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente, realizada pelos Ministérios de Meio Ambiente e da Educação, em 2003, foi a primeira vez que jovens de todos os cantos do Brasil tiveram a oportunidade de expressar suas opiniões e, através de uma construção coletiva, dizer como devemos “Cuidar do Brasil”.
O produto desta união de idéias foi a Carta das Responsabilidades, onde os jovens apontaram, entre outras, a necessidade da criação de "Conselhos Jovens e Agendas 21" nas escolas, como espaço de reflexão e de participação em defesa do meio ambiente. A resposta a essa necessidade é a Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida: COM-VIDA.
A COM-VIDA é uma nova forma de organização na escola e baseia-se na participação de estudantes, professores, funcionários, diretores e comunidade na construção de um dia-a-dia participativo, democrático, animado e saudável na escola. Ela também promove um maior intercâmbio entre a escola e a comunidade é uma oportunidade que os jovens têm de opinar, reunir e priorizar sugestões de como cuidar da escola. Dentre seus objetivos destaca-se o de construir a Agenda 21 na Escola.
Engajados nessa proposta, nós do Coletivo Jovem de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul – CJ-RS desenvolvemos, no período de Agosto de 2007 a junho de 2008, o projeto Pelos caminhos do Com-Viver: Articulações e desdobramentos de COM-VIDA´s. Este foi uma parceria com o governo federal através de uma chamada do Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação,  que contou com o apoio da Universidade de Campinas – SP.
Sua realização contou com a participação direta de aproximadamente 300 alunos e 20 professores de 20 escolas públicas estaduais e municipais integrantes do Programa “Vamos Cuidar do Brasil com as Escolas”, oriundas da II Conferência Nacional Infanto–Juvenil pelo Meio Ambiente – III CNIJMA, ocorrido em abril de 2006.
Nossos principais objetivos foram os de fomentar COM-VIDA´s já existentes em dez escolas da rede pública, com suas características, propostas e formações, e o de construir em outras dez  escolas, novas COM-VIDA´s. Foram selecionadas para esta proposta escolas da região do Vale dos Sinos, e Metropolitana de Porto Alegre.
Através da lista de escolas que realizaram a II CNIJMA, presente no sitio do Ministério da Educação, pré-selecionamos algumas escolas com potencial e perfil pertinente aos nossos objetivos. Nosso primeiro contato foi através de uma conversa informal pelo telefone e logo, para as escolas que apresentaram interesse, realizamos uma visita formal para apresentação e entrega do resumo da proposta.
            Baseado nos objetivos apresentados criamos dois núcleos, Um novo Caminho, com a participação de escolas que ainda não possuíam Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida, e Caminhante, com escolas que já possuíam COM-VIDA.         Para cada núcleo propomos quatro momentos de formação, sendo três distintos, com datas e objetivos diferenciados para cada núcleo, e uma atividade de integração com a participação dos dois núcleos.
Nossa primeira atividade desenvolvida com as escolas foi um evento em 12 de Setembro de 2007 com o núcleo Um novo Caminho. Este evento chamou-se “Construindo nossa COM-VIDA”, onde três alunos e um professor de cada uma das dez escolas desse núcleo conheceram a proposta de COM-VIDA´s e Agenda 21 nas escolas. Com o objetivo de construírem uma COM-VIDA em suas escolas, participaram da oficina do Futuro, que acabou por expressar para nós, CJ, um pouco das expectativas do núcleo quanto ao projeto em si. Esta etapa teve 8 horas de duração e ocorreu na sede das Faculdades de Taquara.
O núcleo Caminhante, com as dez escolas que já possuíam COM-VIDA, teve seu primeiro encontro em 19 de Setembro de 2007, com a representação de três alunos membros da COM-VIDA e um professor, também de 8 horas na sede das Faculdades de Taquara. O evento “COM-VIDA na escola” teve o objetivo de apresentar a proposta do Coletivo Jovem e realizar um intercâmbio entre as escolas através da apresentação das ações já desenvolvidas de cada COM-VIDA, na perspectiva da agenda 21 local.
Estes primeiros eventos foram extrema importância para o desenvolvimento do projeto, pois, a partir deles se construiu dez novas COM-VIDA´s e se identificou as ações já desenvolvidas pelas COM-VIDA´s, indispensável para o desenvolvimento da próxima etapa do projeto,  que chamou-se de “Subsídios para a Ação”.
Esta etapa teve como objetivo a formação das COM-VIDA´s para a construção e aplicação de um projeto de Intervenção de sua realidade. Ocorreu no Sítio de Lazer São Luiz, interior de Novo Hamburgo, com duração de 2 dias, totalizando 16 horas de atividades. Os três alunos e um professor do núcleo Um novo Caminho, em 09 e 10 de Novembro, e do núcleo Caminhante, em 16 e 17 de Novembro de 2007, participaram de cinco oficinas práticas ministradas pelos membros do CJ-RS, além de momentos de reflexão e integração coletiva.
A oficina de Participação Política trouxe reflexões sobre importância da COM-VIDA na escola e suas múltiplas facetas frente à melhoria da qualidade de vida neste espaço. Educação Ambiental objetivou a imersão dos participantes no ambiente como um todo, além de proporcionar uma rica vivencia de percepção em trilha noturna.
A oficina de Educomunicação explorou as possibilidades dos meios de comunicação como spot, fanzine e vídeo, para a difusão e construção de idéias e propostas da COM-VIDA. Para os momentos onde falta o entusiasmo e o grupo se desarticula, a oficina de Fortalecimento Organizacional entra com propostas de integração e sensibilização Coletiva. Encerrando, a oficina de Empreendedorismo traz conceitos e possibilidades para a construção do Projeto de Intervenção da Comissão, produto final desta formação.
Deste encontro, cada escola saiu com uma proposta de multiplicação das oficinas e construção do seu projeto de intervenção da realidade escolar. Para tal, designamos um facilitador do Coletivo Jovem que, através de nove visitas ocorridas entre novembro de 2007 e Maio de 2008, participou da construção e aplicação do projeto proposto. Foram cinco meses e 20 projetos de construção coletiva e protagonismo juvenil que rechearam os encontros do CJ com muitas descobertas e novos conhecimentos.
Para multiplicar as inúmeras iniciativas desenvolvidas, organizamos o nosso evento de integração regional, onde cada COM-VIDA´s pode relatar seu projeto, com suas ações, questionamentos e conclusões. A este evento chamamos de Fórum Regional de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na escola: COM-VIDA´s em ação, e ocorreu em 06 de Junho de 2008, com duração de 8 horas na Sociedade Recreativa do município de Parobé.
Com a proximidade da III CNIJMA, procuramos fomenta-la nas escolas participantes do projeto utilizando o seu tema Mudanças Ambientais Globais para o nosso Fórum. A partir de seus sub-temas, Água, Terra, Fogo e Ar, criamos oficinas práticas, classificamos cada projeto apresentado, e confeccionamos camisetas de cor específica.
Foram 8 horas, que envolveram 400 jovens e 50 professores e membros da comunidade das 20 escolas participantes do projeto, e de 06 escolas convidadas, perfazendo assim, nossa quarta atividade, e encerrando as ações propostas neste projeto, que no seu desenvolver, criou foram os produtos, como o banner produzido por cada COM-VIDA a partir de seu projeto de intervenção, os materiais construídos de cada etapa do projeto, como CD´s de imagens e documentos, DVS´s de vídeos e apostila com resumo de cada projeto desenvolvido.
Com o desenvolvimento deste projeto verificamos, a partir de seus momentos de construção coletiva, integração, protagonismo juvenil e mobilização sócio-ambiental, que além de fomentar e criar COM-VIDA´s,  participamos da formação de cidadão autônomos e ativos quanto as causas ambientais que nos cercam. Para confirmar, basta observar a continuidade de suas trocas e interações, a partir da rede COM-VIDAS em Ação com seu grupo de discussão na internet, e a realização da III CNIJMA por todas as escolas do projeto, sendo 3 delas selecionadas para a etapa nacional.
                           Sabrina Amaral, Marcio Marmitt e Jéssica Mello

domingo, 31 de outubro de 2010

Diário de Bordo De carona com a COM-VIDA pelo Rio Grande

Com a chegada da III Conferência Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente na escola, surgem as ações de formação e mobilização pré-conferência por todo o país. No Rio Grande do Sul não foi diferente, e o Coletivo Jovem de Meio Ambiente em parceria com a Secretaria Estadual de Educação construiu inúmeras estratégias e articulações para divulgar este importante processo de Educação Ambiental.
Dentre estas ações, iremos relatar a seguir, nossas vivencias pelos municípios de nosso estado onde se encontram as 23 Escolas Estaduais de Tempo integral, ou seja, Escolas que apresentam em seu projeto político pedagógico o atendimento em tempo integral de seus alunos.
Nesta proposta, nós do Coletivo Jovem deveríamos organizar 8 horas para cada escola, de oficinas prático-teóricas para um grupo de 60 pessoas, com a finalidade de divulgar e fomentar a III CNIJMA, além de esclarecer questões pertinentes ao seu tema, Mudanças Ambientais Globais e sub-temas, Terra, Água, Fogo e Ar. Porém fomos além, incrementamos nossas estratégias com a missão de criar COM-VIDA´s nestas escolas, visando a construção de sua Agenda 21.
Sendo assim, nós do Quarteto-CJ, criamos estratégias para cada sub-tema, e incluímos a oficina de Futuro para a construção da Agenda 21 escolar. Planejamos  nossa aventura, agrupando os municípios em seis viagens, que chamamos de vivências e  em duplas, desta vez respeitando a lógica dos clubes do Bolinha e da Luluzinha, colocamos o pé na estrada.
Iniciamos as atividades de pré-conferência nas Escolas de Tempo Integral no dia 27 de agosto de 2008 na cidade de Uruguaiana. Na E.E.E. M João Batista Luzardo fomos recebidos de forma muito cordial e atenciosa. Sempre prestativa, a 10ª CRE ( Coordenadoria Regional de Educação) nos prestou grande auxílio.
Pé na estrada e pernoite no ônibus, dia 29 de agosto, facilitação na E. E. E. F. Manoel Ignácio Tavares Nunes na cidade de Quarai, cidade pequena, povo acolhedor, oficina de futuro deu pano pra manga, COM-VIDA Quarai em ação. Próxima parada, Santiago, estamos quase nas missões jesuíticas, na E. E. João Eduardo Witt Schimitz da 35ª CRE . Aqui a gurizada já sabia o que era a COM-VIDA e sonhamos alto, agora é mão na massa.
            Já é 02 de Setembro, e nossa tarefa é na E. E.E.F. Dr. Mário Vieira Marques de São Luiz Gonzaga, fomos recebidos com festa, mas o papo era sério. Conscientes, todos compreenderam seu papel, e ainda nos mostraram suas iniciativas, e a vontade de ficar foi grande, mas tínhamos pressa e em 03 de setembro já estávamos em Santo Ângelo, onde a facilitação para a III CNIJMA e a construção de COM-VIDA foi na E. E. E. M. Unirio Carrera Machado, que convidou escolas próximas para dividir o momento.
Dia 4 de setembro foi à vez do Colégio Estadual de Catuípe na cidade de Catuípe receber a formação para a Conferência Nacional. A 36ª CRE com sede em Ijuí esteve sempre presente, Na Escola Luiz Fogliatto de Ijuí foi no dia 5 de setembro, e  aproveitamos para conhecer os processos da Agenda 21 local, que já estavam a milhão, COM-VIDA chegou para somar esforços.
            Final de semana em casa, muito pra contar, mas já é 09 de setembro, e nossa segunda vivência é na E. E. E. F. Presidente João Goulart que nos esperava em Palmeira das Missões. Terra boa, gurizada atuante, por aqui até CJ- Local vai rolar, e a Agenda 21 não foi novidade, assim como na escola Escola Estadual de Ensino Fundamental Profª. Glória Veronese na cidade de Três de Maio, e na E. E. E. F. João Gradaschi em Soledade, onde estivemos nos dias 10 e 12 de setembro, e a participamos de momentos onde a cultura gaúcha aflorava, assim como a consciência ambiental.
            Enquanto isso a dupla a feminina desenvolvia a terceira vivência, que incluía as escolas Mané Garrincha, Monte Líbano, Oscar Schimitt e São Caetano, ambas da capital do estado, Porto Alegre. Os trabalhos se desenvolveram entre os dias 11 e 19 de setembro, com o acompanhamento da 1ª CRE, que esteve presente em todos os momentos. As escolas da capital demonstraram grande sincronia com a proposta, tendo muitas delas já iniciado tanto os processos da conferência, quanto os de Agenda 21 escolar. Cabe destacarmos o trabalho da escola Oscar Schimitt, localizada na Ilha das Flores, no lago Guaíba, onde inclusive a comunidade participou da oficina de futuro, e demonstrou nas ações propostas sua preocupação com a falta de saneamento ba´sico e questões pertinentes a doenças pela falta de tramento da água.
            Quarta vivência, 15 de setembro, Escola Cândida Haubmann, zona rural da cidade de Arroio Grande, percepções diferenciadas do ambiente. Em 17 de setembro a E. E. E. M. Profº Leopoldo Mairon de Bagé nos surpreendeu com o diagnóstico ambiental que realizaram de suas escolas, e em São Sepé dia 19, tivemos uma ótima recepção da E. E. E. F. Francisco Brochado da Rocha, onde as oficinas foram executadas com grande participação dos professores e alunos da escola.
            E nossa aventura, em sua quinta vivência, as gurias sobem a serra e encontram a E.E.E.M. Neusa Mari Pacheco da cidade de Canela. O frio não assustou a gurizada, que levou, além do chimarrão, até cobertor para o auditório. Escolas da proximidade estiveram presentes, e rolou a construção de uma Agenda 21 coletiva, quase uma agenda local. Ação é o nome desta COM-VIDA que contagiou a todos, com ações práticas, incluindo a criação de um horto para a escola.
            Enquanto as gurias visitam a Serra, a dupla masculina segue para o sul do estado para nossa sexta e última vivência. Santa Maria, E. E. E. F. Antônio Xavier da Rocha no dia 22 de setembro, a escola aproveitou o momento para realizar sua conferência. Já a E. E. E. M. Virgilino Jayme Zinn recebeu os integrantes do CJ-RS em 24 de setembro, e aqui a gurizada do Ensino Médio estava em peso, fomentaram a COM-VIDA e comprometeram-se em auxiliar os colegas na aplicação do plano de ação da Agenda 21.
Dia 26 de setembro foi a vez da E.E.E.F. Nossa Senhora da Assunção em Taquari, onde a oficina de futuro fez sucesso, em relatos, ela foi utilizada até pela direção da escola na construção de sua proposta pedagógica.
            E assim, durante dois meses, nós do CJ-RS visitamos cerca de 20 escolas em 17 municípios, para a realização das oficinas teóricas e práticas e criação de COM-VIDA´s. Buscamos alternativas de reflexão e sensibilização comportamental de todos os alunos, professores e comunidade local da rede estadual de escolas de tempo integral do Rio Grande do Sul, visando à construção de Agendas 21 escolares nos espaços por onde estivemos.
            Nosso primeiro circuito de vivencias pelo nosso Rio Grande termina com inúmeras contribuições, não somente das estratégias para com as escolas, mas dos processos de trocas que construímos com cada jovem que dividiu conosco estes momentos, e que ainda hoje, encontra-se em sua escola, trabalhando por uma melhor qualidade de vida.

Sabrina Amaral, Marcio Marmitt, Ramon do Amaral e Carolina Willers